quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Epilepsia em sapatos de corrida


Como epilético sou do género sossegado. O drama físico de espasmos, convulsões e tremores tem andado longe. O meu perfil é mais do bloqueio, do chilique e, por fim, do desmaio.    

Dois dos meus queridos companheiros da corrida já assistiram ao episódio enquanto treinávamos. O meu irmão já me amparou em dois destes blackouts num trail de 20km (que retomei quando das duas vezes acordei). E, sobretudo, tem acontecido nos meus treinos à porta de casa no Parque das Nações. Já despertei na desarticulada linha dos caminhos-de-ferro do Porto de Lisboa, já despertei num noturno parque de estacionamento, já despertei noutros sítios...

No passado Domingo, enquanto eu fazia os 80k deste AUT, a minha família passava um dia de horário sobressalto, antecipando a probabilidade de acontecer alguma coisa. Alguma coisa é a forma dos meus se referirem a eu me perder num desmaio num sítio qualquer.

Nada aconteceu, mas não tenho a certeza que acreditem. O que sabem e me dizem é que só quem tem problemas na cabeça é que acorda de madrugada para se pôr a correr durante 14 horas. Mas, enfim, está provado que eu tenho problemas na cabeça. Na realidade, a questão é essa. Certo?!

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